Herança de família.

Para Veronica Della Mea, diretora Executiva da Somar – Sociedade Mineradora, a mineração está em seu DNA. O primeiro contato com o segmento veio através de seu avô materno, que era engenheiro de minas, até que seu pai, advogado de formação,resolveu entrar no ramo da mineração de areia. “Comecei a trabalhar com ele na empresa muito jovem, desde 1997, com 18 anos, e fui passando por diversos cargos dentro da empresa. Comecei como Auxiliar Administrativo, passando por todos os setores e acompanhando o funcionamento para entender melhor a empresa, até chegar ao cargo de Diretora Executiva”, recorda Veronica, que é formada em Publicidade e Propaganda e considera que o curso lhe foi bastante útil, por permitir uma “maior visão de mercado, de público, de cliente”.

Atuando na Somar há mais de 20 anos,estão entre as suas principais atribuições cuidar da gestão administrativa e estratégica da empresa, junto com o seu pai: “procuro me informar e estar a par da rotina dos setores da empresa, ler os estudos técnicos para ver como está o andamento, o que podemos melhorar. E acompanho, junto com a nossa engenheira ambiental, os procedimentos da ISO”, conta a diretora Executiva.

Fora da Somar, Veronica é atualmente vice presidente do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Baixo Jacuí, região onde estão concentradas as operações da Somar – “hoje represento o Comitê do Baixo Jacuí como conselheira suplente do CRH, o Conselho de Recursos Hídricos do Rio Grande do Sul, além de várias Câmaras Técnicas, tanto do CRH como do Consema, o Conselho Estadual do Meio Ambiente. Procuro também participar de Comitês das nossas associações, entre eles o Comitê de Sustentabilidade do IBRAM, Instituto Brasileiro de Mineração. Acho importante este tipo de participação para compreender os diversos aspectos e conhecer os atores dos outros setores que estão interligados ao setor da mineração”.

Apesar de sua atuação bastante enfática, Veronica ressalta que a mineração ainda é um setor com muito mais presença de homens do que de mulheres e atribui a constatação à antiga superstição de que “mulher em mina dá azar, como se isso fosse prenúncio de acidentes ou tragédias”. Essa crença retardou muito a entrada das mulheres na mineração e acabou restringindo a presença no início a cargos administrativos. “Em mais de 20 anos que eu estou no setor, já houve reuniões onde eu era a única mulher. Hoje, a presença feminina é muito maior, inclusive na frente de lavra. E existe muito espaço para ampliar a nossa participação”, diz Veronica, que sabe que a dedicação, a capacidade para exercer a função e o real desejo de se envolver com o negócio é que trazem um diferencial para a companhia, “independente de o gestor ser homem ou mulher”.

A Somar é uma empresa familiar, enxuta, com poucos empregados e não faz diferenciação na contratação entre homens ou mulheres para os mais diversos cargos – “contratamos pela competência, pela qualificação, valorizamos as pessoas que se empenham,se esforçam, inclusive ajudamos na capacitação através de cursos, faculdade. A nossa engenheira ambiental e a nossa técnica em gestão ambiental são mulheres”, relata Veronica, salientando como diferencial da companhia o relacionamento próximo com todos os colaboradores e a valorização das pessoas.

Mas não esconde o desejo de que nos próximos anos mais mulheres possam conquistar postos de trabalho em todos os setores, inclusive na mineração – “cada vez mais a voz feminina ganha influência nas empresas do segmento. Elas não precisam fazer nada de diferente para se impor ou serem respeitadas, conhecem o setor, falam com segurança e capacidade e conquistam o reconhecimento de todos, inclusive dos homens”, reforça Veronica, que concilia muito bem sua carreia e família, uma vez que “a mineração não é diferente de nenhuma outra atividade”.

Fonte: Revista Brasil Mineral
ANO XXXV – 2019 – ESPECIAL ISSN 0102-4728

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